Vale sabia que rompimento de barragem inundaria restaurante, sede e pousada

01/02/2019 11:11

Foto: Agência Brasil

Jornal GGN - A Folha de S. Paulo desta sexta (1º) revela que a Vale tinha em mãos um plano de emergência em caso de hipotético rompimento de barragem que mostrava a inundação do restaurante, da sede administrativa da empresa e também da pousada que ficava a alguns quilômetros da mina Córrego do Feijão.
 
"Antes da tragédia de Brumadinho (MG), a Vale já sabia que um eventual rompimento de barragem no local destruiria as áreas industriais da mina de Córrego do Feijão, incluindo o restaurante e a sede da unidade, onde estava parte dos mortos e desaparecidos", afirmou o jornal.
 
A reportagem indica que uma as principais medidas que deveriam ser adotadas imediatamente em caso de emergência era o aviso às autoridades competentes e o alerta à população por meio de uma sirene. As autoridades só foram avisadas com atraso e a sirene nunca tocou. Dirigente da Vale disse que o rompimento da barreira foi tão rápido que "engolfou" as sirenes.
 
Folha firma que a suspeita é de que os funcionários responsáveis por fazer os avisos necessários foram os primeiros a serem atingidos pela lama.
 
Há também crítica à rota de fuga estudada pela Vale para casos de emergência. "Quem correu para onde a Vale mandou morreu, e quem não seguiu o treinamento está vivo", disse Jhonatan Júnior, 22, que perdeu o irmão no acidente que ocorreu na manhã do dia 25.
 
Segundo o jornal, o plano - que foi protocolado na prefeitura e Defesa Civil - prevê 3 situações: "galgamento ('vazamento' sobre a crista da barragem), piping (rompimento a partir de uma fratura na barragem) e instabilização."
 
"Em todas elas há danos previstos nos cursos d'água de área de preservação permanente, problemas de abastecimento e fornecimento de energia, inundações de áreas urbanas, assoreamento de cursos d'água e danos à fauna e flora da região", anotou.