Lula mantém seis pontos de vantagem sobre Bolsonaro em Minas

27/10/2022 14:46

Pesquisa Quaest mostra Lula com 53% dos votos válidos, ante 47% do presidente. Apoio do governador Romeu Zema à reeleição não conseguiu virar a disputa

Ricardo Stuckert
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Lula fez comício em Juiz de Fora em 21 de outubro: apoio da população da cidade
São Paulo – Pesquisa sobre a corrida presidencial em Minas Gerais no segundo turno, divulgada nesta quinta-feira (27) pelo instituto Quaest, mostra que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém a liderança no estado. Apesar dos esforços do governador Romeu Zema em tentar reverter o quadro eleitoral em favor da reeleição de Jair Bolsonaro (PL).

Segundo a pesquisa, Lula está seis pontos à frente do adversário, com 53% dos votos válidos, ante 47% do rival. Em termos de votos totais, Lula tem 45% e Bolsonaro, 40%. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. Indecisos são 8% e votos em branco ou nulos, 7%.

A liderança de Lula é garantida pelos votos do interior de Minas. Na capital, Bolsonaro aparece três pontos à frente de Lula. Na região metropolitana de Belo Horizonte, eles estão empatados (42% a 42% dos votos totais). No interior, Lula tem 45% e Bolsonaro, 39%.

As informações da pesquisa foram divulgadas pelo diretor do instituto, Felipe Nunes, em suas redes sociais. Como aconteceu na pesquisa nacional, e no primeiro turno, quando consideramos apenas os eleitores com alta propensão a votar (likely voters), a diferença entre os candidatos diminui: Lula aparece com 52.2% e Bolsonaro tem 47.8%.

Nos indicadores qualitativos, Lula mantém estreita vantagem em Minas. Por exemplo, 43% têm medo da continuidade do Bolsonaro no governo e 40% têm medo da volta do PT ao poder. Traduzidas essas opiniões em votos válidos, a eleição seria 52% a 48%, como no resultado dos likely voters.

Em relação ao merecimento, a distância também é pequena: 53% acham que Lula merece uma segunda chance e 50% acham que Bolsonaro merece uma segunda chance. Se a eleição for um plebiscito do presidente, 50% dão uma chance pra Bolsonaro e 47% não, ou seja, a eleição seria 52 a 48.

Difícil para virar

A avaliação do governo continua em tendência de alta, e é a primeira vez que a avaliação positiva (37%) ultrapassa a negativa (34%). “O presidente conseguiu melhorar o desempenho de seu governo, boa notícia para sua campanha”, diz Nunes. Mas não conseguiu mudar o clima de opinião. Embora tenha 45% de intenção de voto, 47% acham que Lula vai vencer. Enquanto tem 40% de intenção de voto, só 32% acham que Bolsonaro vence. “Sem esse clima favorável, fica mais difícil promover a virada que o presidente precisa.”

Bolsonaro também não conseguiu diminuir sua rejeição e levá-la a um valor menor que a de Lula. Neste momento, 49% não votam no presidente, enquanto 44% não votam em Lula de jeito nenhum. Este também é um indicador favorável ao petista.

Apoio de Zema

Uma das questões em Minas é se o governador vai ser capaz de ajudar a virar. Segundo a pesquisa, 68% não mudam voto por conta do apoio de Zema a Bolsonaro, 23% aumentam as chances de votar no presidente com este apoio, e 6% diminuem as chances.

Mas para fazer a diferença, Zema tem que influenciar eleitores novos: 4% dos eleitores de Lula e 16% de eleitores de Simone Tebet (MDB) podem mudar o voto por conta de Zema. Somando, Zema pode dar 2,3 pontos para Bolsonaro. Não é suficiente para virar, mas pode apertar o jogo: 42,7 a 42,3.

O levantamento ouviu 2.200 pessoas em 108 municípios das 10 regiões do estado entre segunda-feira e ontem (24 a 26).O nível de confiabilidade de 95%. A pesquisa registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-09544/22.