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Eleição municipal é momento chave para esquerda pautar país, e Boulos pode liderar, diz Genoino
29/09/2023 08:14
A um ano das eleições municipais de 2024, já é possível começar a traçar alguns cenários de disputas em capitais do país, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belém e Porto Alegre que já têm candidaturas confirmadas.
O próximo pleito deve ser, inclusive, oportunidade para avaliar o quanto a polarização ainda domina o cenário político do país, como foi observado nas duas últimas eleições presidenciais.
A novidade de agora é que, depois de 12 anos, a disputa municipal vai acontecer com o PT na presidência do país. A última vez foi em 2012, quando Dilma Rousseff (PT) exercia seu primeiro mandato.
Quatro anos depois, nas eleições municipais de 2016, a ex-presidenta já havia sido afastada do cargo por conta do golpe iniciado naquele ano.
Para o ex-presidente do PT, José Genoíno, as eleições de 2024 são uma grande oportunidade para a esquerda “tomar a iniciativa de propor a agenda [política do país]. Tem que tomar a dianteira para ter uma agenda própria”, afirmou em entrevista ao Brasil de Fato.
Segundo ele, “temos que fazer uma campanha que desperte sonhos, esperança, alegria [na população]”.
Na capital paulista, quem aparece na dianteira das pesquisas é o deputado federal pelo PSOL Guilherme Boulos, veterano em disputas na cidade. Ele deve concorrer com o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB) e os legisladores federais Tábata Amaral (PSB) e Kim Kataguiri (União Brasil).
Genoíno está, especialmente, motivado por esta disputa: “A eleição de São Paulo tem um significado, uma repercussão nacional, é uma discussão das alternativas”.
Ele defende que em 1988, na eleição de Luiza Erundina, na de 2000, de Marta Suplicy e também de 2012, de Fernando Haddad, o resultado influenciou na disputa pela presidência seguinte.

O cientista político Valério Arcary concorda com Genoino, mas pondera que é premeditado fazer previsões. “Vai ser uma eleição muito difícil e imprevisível”, avalia.
Arcary vê força na candidatura de Boulos porque “a agenda quem vai ditar é quem tem a posição de maior minoria”. O cientista político também não acredita no desempenho de Tabata Amaral e considera a reeleição de Ricardo Nunes como “artificial”.
Já no Rio de Janeiro, tanto Genoíno como Arcary veem com preocupação a disputa municipal.
A brigaa para ser o representante bolsonarista para o município esta entre o ex-ministro da saúde Eduardo Pazuello (PL-RJ) e Walter Braga Netto, que esteve à frente da Casa Civil e da Defesa na gestão Bolsonaro.
À esquerda, Tarcísio Motta (PSOL-RJ) oficializou sua candidatura no último mês. Ele vai disputar o apoio de partidos como PT, PSB e PDT com o atual prefeito Eduardo Paes (PSD), que já confirmou candidatura para permanecer no cargo.
Em Belém, o atual prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL) deverá ter uma disputa difícil com o candidato bolsonarista Delegado Federal Eguchi (PL). Pesquisas vêm apontando um empate técnico entre os dois.
Ela vai disputar com o atual prefeito, Sebastião Melo (MDB).
Já o PSOL, decidiu propor ao PT, PCdoB e PV o início das conversas dos partidos do campo progressista para a disputa da eleição à Prefeitura de Porto Alegre em 2024.
Edição: Rodrigo Durão Coelho