Agapan atua na luta contra a megamineração no RS

03/07/2019 11:26
 
 
Em conjunto com diversas entidades gaúchas atentas aos perigos que representam a implantação de um polo carboquímico e diversos projetos de megamineração no estado do Rio Grande do Sul, a Agapan integra o Comitê de Combate à Megamineração no RS, lançado no último dia 18 de junho na sede do Cepergs, em Porto Alegre.  
 
Na ocasião, foi lançado o manifesto do Comitê. (Confira abaixo)
 
 
Confira mais informações nas notícias abaixo. (Obs. Todos os jornais foram informados previamente sobre o lançamento)


Comitê de Combate à Megamineração no RS é lançado com o apoio de mais de 50 entidades

Entidades lançam Comitê de Combate à Megamineração no Rio Grande do Sul

Comitê contra a megamineração no RS foi lançado na terça-feira
 

 

Manifesto do Comitê de Combate à Megamineração no Rio Grande do Sul: Sim à vida, não à destruição!



Preocupadas com os impactos socioambientais de megaprojetos de mineração previstos para o Rio Grande do Sul, diversas entidades ambientais, sindicais, associativas e movimentos sociais se reuniram no último dia 29 de maio, na sede da APCEF/RS, em Porto Alegre, para a criação do Comitê de Combate à Megamineração no Rio Grande do Sul (CCM/RS). Um dos projetos é o Mina Guaíba, que está em processo de licenciamento para se instalar em uma área de 5.000 hectares nos municípios de Charqueadas e Eldorado do Sul.

Nesse local, a mineradora privada brasileira Copelmi pretende extrair uma reserva estimada de 166 milhões de toneladas de carvão com baixo poder calorífico e alto teor de cinzas. O empreendimento tem alto impacto socioambiental: a reserva está na zona de influência da APA e Parque do Delta Jacuí, Zona Núcleo da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, bem tombado pelo IPHAE como patrimônio cultural e paisagístico do RS, e a apenas 1,5 km do Rio Jacuí, responsável por mais de 80% da água que chega ao Guaíba, abastecendo Porto Alegre e parte da Região Metropolitana.

O projeto prevê, dentre outros impactos, o rebaixamento do lençol freático, o desvio de arroios, ocasionará piora na qualidade do ar e expulsará diversas famílias de seus territórios, incluindo moradores do loteamento Guaíba City e agricultores do Assentamento Apolônio de Carvalho, responsável por importante produção de arroz agroecológico e com certificado orgânico. Outros três grandes projetos, de igual importância, atestam que o Rio Grande do Sul entrou definitivamente na mira das empresas mineradoras, com o apoio do Governo do Estado e de prefeituras, iludidos pelas promessas de geração de empregos e incremento nas suas receitas, como se a mineração fosse a nova boia de salvação da economia gaúcha.

O projeto em estágio mais avançado é o Retiro, para o qual a RGM (Rio Grande Mineração) conseguiu licença prévia do Ibama para extrair titânio da faixa de areia localizada entre o Oceano Atlântico e a Lagoa dos Patos, no município de São José do Norte, no litoral sul gaúcho.

Os demais projetos ainda buscam a licença prévia junto à Fepam, órgão de licenciamento estadual. Às margens do Rio Camaquã, em Caçapava do Sul, a empresa Nexa Resources (multinacional do Grupo Votorantim) tenta autorização para extrair zinco, chumbo e cobre de uma mina a céu aberto com vida útil de 20 anos. Em Lavras do Sul, o alvo da empresa Águia, através do projeto Três Estradas, é o fosfato; esse empreendimento inclui uma barragem de rejeitos e é de grande interesse do agronegócio.

Em pleno século XXI, quando se acentua o debate sobre a crise climática e as ameaças à biodiversidade, às comunidades tradicionais, à qualidade de vida, e em suma ao futuro do planeta, transformar o Rio Grande do Sul em uma nova fronteira minerária e em um grande polo carboquímico nos posiciona na contramão da história! Existe uma tendência mundial de diminuição na exploração do carvão, porque a atividade coloca em risco tanto a saúde da nossa gente quanto o meio ambiente, já que o combustível é um dos maiores responsáveis por emissões de CO2, que provoca o efeito estufa.

Além desses quatro projetos, ainda existem mais de 150 projetos de mineração em solo gaúcho, que, se conseguirem se instalar, poderiam elevar o RS ao patamar de terceiro estado minerador do país. Os impactos negativos na vida de indígenas, quilombolas, pescadores, assentados, pequenos agricultores, e moradores do campo e da cidade, ou seja, de todos nós, são altos demais. Mas ainda há tempo de construirmos uma cultura de territórios livres de megamineração.

É preciso garantir a realização de audiências públicas em todas as cidades envolvidas e, caso o governo queira levar adiante esses projetos de destruição, a decisão final deve ser do povo gaúcho, através de plebiscitos. Temos o direito de decidir, de maneira soberana, entre a vida ou a destruição! Fazemos um chamamento para que todas as entidades, movimentos e pessoas comprometidas com a defesa da vida e contra os impactos dos projetos de megamineração subscrevam este manifesto. Esta luta não é apenas das entidades ambientalistas, mas de todos que se importam com a vida.

Assinam o manifesto (Subscrição aberta. Em breve, atualizações): 
 

- Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal do RS (APCEF/RS)
- Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan)
- Associação Amigos do Meio Ambiente (AMA Guaíba)
- Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM)
- Raiz Movimento Cidadanista do Rio Grande do Sul
- Seção Sindical Andes - UFRGS
- Sindibancários Santa Cruz do Sul e Região
- Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região
- Sindicato dos Bancários de Santa Maria e Região
- União pela Preservação do Rio Camaquã (UPP - Rio Camaquã)
- Núcleo de Estudos em Gestão Alternativa da UFRGS
- Observatório dos Conflitos do Extremo Sul do Brasil
- Associação para Grandeza e União de Palmas (AGrUPa)
- Sindicato dos Bancários de Pelotas e Região
- Central [Única dos Trabalhadores (CUT/RS)
- Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do RS (Fetrafi/RS)
- Aliança Ecossocialista Latina Americana (AELA)
- Movimento de Luta Socialista (MLS)
- Preserva Belém Novo
- Central Sindical e Popular (CSP- Conlutas RS)
- Movimento de Mulheres em Luta (MML)
- Greenpeace Porto Alegre
- Amigos da Terra Brasil
- Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (PROAM)
- Sociedade Ecológica de Santa Branca (SESBRA - SP)
- Sociedade para a Defesa do Meio Ambiente de Piracicaba
- SOS Manancial - SP
- Instituto MIRA-SERRA
- Fundação Luterana de Diaconia (FLD)
- EcoLavras Bioma Pampa
- Coletivo de Entidades Ambientalistas do Estado de São Paulo
- Campanha Billings - Eu te quero Viva - SP
- Associação Comunitária Jardim Isabel (ASCOMJISA)
- Sindicato dos Bancários do Vale do Caí e Região
- Sindicato dos Técnico- Administrativos da UFRGS (ASSUFRGS)
- Associação Cultural Rádio Ipanema Comunitária
- Coletivo A Cidade Que Queremos - Porto Alegre
- Comitê dos Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa
- CPERS Sindicato
- Intersindical - Central da Classe Trabalhadora RS
- Instituto Zen Maitreya
- Instituto Cultural Padre Josimo
- Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST RS)
- Conselho Estadual dos Povos Indígenas - CEPI RS
- Marcha Mundial das Mulheres
- Fórum Ambiental de Porto Alegre
- Coletivo Catarse
- Associação do Voluntariado e da Solidariedade (AVESOL)
- Movimento Preserva Arroio Espírito Santo
- Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV RS)
- Movimento Roessler para Defesa Ambiental - Novo Hamburgo
- Sindicato dos Empregados em Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisa e ]
de Fundações Estaduais do Rio Grande do Sul (SEMAPI RS)
- Frente Parlamentar em Defesa da Alimentação Saudável RS
- Coletivo Ambiental Mina Guaíba
- Unidade Popular pelo Socialismo
- Partido Verde RS
- Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST - RS)
- Cooperativa Central dos Assentamentos do RS (COCEARGS)
- Fórum Justiça
- Associação dos Servidores do IBAMA (ASIBAMA RS)
- PSOL Guaíba
- Coletivo Cultural Abayomi de Luta Pela Cultura Negra
- Movimento Alicerce
- Setorial Ecossocialista do PSOL RS
- Núcleo 34 do CPERS - Região Carbonífera
-Centro Comunitário e Desenvolvimento dos Bairros Trosteza, Pedra redonda e Vilas Conceição e
Assunção
- Preserva Zona Sul
- ONG Toda Vida
- Diretório Acadêmico dos Estudantes de Biologia (DAIB UFRGS)
- Associação Juízes para a Democracia - AJD
- Instituto de Comunicação Social e Cidadania - Incomun
- Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pelotas - Seção Sindical do ANDES - SN (ADUFPel SSind)
- Associação de Desenvolvimento Comunitária do São João Batista
- Pinheiro Machado - RS - 8M – Greve Internacional de Mulheres - Porto Alegre - RS
- Professores da UFRGS pela Democracia - SINDIFARS
- Sindicato dos Farmacêuticos no Estado do Rio Grande do Sul
- 350.org Brasil
- Arayara – Sustentabilidade
- COESUS - Coalizão Não Fracking Brasil