O tiro saiu pela culatra

26/05/2019 23:26

 

ALEX SOLNIKALEX SOLNIK

Jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. Autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

Reprodução/TV Globo

 

Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia

As manifestações de hoje contra o Congresso e o STF não chegaram nem aos pés das do dia 15, contra a destruição da educação. Se a ideia de Bolsonaro foi dar uma demonstração de força, o tiro saiu pela culatra: foi uma demonstração de fraqueza.

A maior aglomeração deu-se na praia de Copacabana. Ainda assim, quem pedia a cabeça de Rodrigo Maia era uma minoria. O Rio tem tradição de direita desde os anos 30, quando os integralistas de Plinio Salgado marchavam no Flamengo e promoviam quebra-quebras no centro.

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Manifestações sem povo, apenas a classe média compareceu. Números inexpressivos. Vinte mil em Belo Horizonte, 10 mil em Brasília, no Rio um pouco mais. Nenhum entusiasmo, nenhuma animação, nenhum jovem. Os jovens se guardaram para a próxima passeata contra os desmandos do governo autoritário.

Colocar gente na rua num domingo é moleza. As pessoas não têm o que fazer. E fazia tempo não tiravam da gaveta suas camisetas da seleção falsificadas. Nem assim Bolsonaro conseguiu arrastar a multidão que esperava.

As ruas confirmaram o que as pesquisas já apontavam: Bolsonaro está caindo e a sua agenda de extrema-direita só tem apoio de uma minoria que faz barulho na internet.

Fonte: www.brasil247.com/pt/blog/alex_solnik/394653/O-tiro-saiu-pela-culatra.htm