Página inicial > 'Iremos superar mais uma tentativa de criminalizar nossa luta', diz MST após instalação de CPI
'Iremos superar mais uma tentativa de criminalizar nossa luta', diz MST após instalação de CPI
19/05/2023 11:34
Movimento publica nota em que denuncia a instalação de comissão como tentativa de pressionar o governo
Redação
Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Só na mais recente edição da Feira Nacional da Reforma Agrária, MST doou mais de 25 toneladas de alimentos saudáveis - Guilherme Gandolfi @guifrodu
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) criticou a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as atividades do movimento, destacando que a comissão representa "uma tentativa de criminalizar o MST e pressionar o governo".
A resposta veio por meio de nota publicada pela Direção Nacional do MST, que lembra ainda que a investigação não tem qualquer objeto determinado. A direção informou que vai participar das discussões da CPI para apresentar as demandas necessárias para uma reforma agrária efetiva.
"Querer criminalizar nossa luta por meio de uma CPI é estratégia para omitir as reais mazelas do campo brasileiro: crescente desmatamento, grilagem de terra, queimadas, violência no campo, uso de mão de obra análoga à escravidão, destruição e contaminação dos bens naturais pelo uso de agrotóxicos. Somente neste ano, 918 vítimas de trabalho escravo foram resgatadas, um recorde em 15 anos. Estes são os temas que deveriam ser alvo de investigação", prossegue o texto.
A nota afirma ainda que os deputados federais bolsonaristas Ricardo Salles (PL-SP) e Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), respectivamente relator e presidente da CPI, não têm legitimidade para conduzir qualquer tipo de investigação contra o MST.
"Nesta comissão, contaremos com a solidariedade não somente de valorosas e valorosos parlamentares, mas também com o apoio de toda a sociedade. Juntos, iremos superar mais uma tentativa de criminalizar nossa luta. A CPI passará, a luta do MST seguirá! Venceremos!", conclui a nota.
A Comissão foi formalmente aberta na Câmara nesta quarta-feira (17). O prazo previsto para os trabalhos é de 120 dias. As atividades, a princípio, devem ser concluídas até setembro. As reuniões devem acontecer duas vezes por semana, às terças e quintas-feiras.
De acordo com a AJD, a CPI tem "duvidosa constitucionalidade", pois foi instaurada "sem fato determinado e com a indevida finalidade de 'investigar' pessoa jurídica de direito privado". A iniciativa "é mais um passo no processo protagonizado pela direita neoliberal de perseguição, descrédito e demonização dos movimentos sociais".
Veja abaixo a íntegra da nota divulgada pelo MST:
Instalação de CPI é mais um capítulo da ofensiva contra o MST
O MST, por meio desta nota, denuncia a instalação da CPI contra o Movimento, feita nesta última quarta-feira (17). A Comissão é instalada sem objeto determinado e representa uma tentativa de criminalizar o MST e pressionar o governo. Ricardo Salles, relator, e Tenente Coronel Zucco, presidente, não possuem legitimidade para conduzir qualquer tipo de investigação contra um Movimento que caminha rumo aos seus 40 anos, levantando a bandeira histórica de combate à concentração de terras no Brasil.
Querer criminalizar nossa luta por meio de uma CPI é estratégia para omitir as reais mazelas do campo brasileiro: crescente desmatamento, grilagem de terra, queimadas, violência no campo, uso de mão de obra análoga à escravidão, destruição e contaminação dos bens naturais pelo uso de agrotóxicos. Somente neste ano, 918 vítimas de trabalho escravo foram resgatadas, um recorde em 15 anos. Estes são os temas que deveriam ser alvo de investigação.
Defendemos o cumprimento da Constituição Federal (que o bolsonarismo tentou rasgar em 8 de janeiro) na sua integralidade, inclusive no que diz respeito ao cumprimento da função social da propriedade. Tal princípio atende a critérios produtivos, ambientais e trabalhistas e devem ser combinados. Portanto, segurança jurídica se alcança ao se cumprir a Constituição. As famílias Sem Terra acampadas fazem a luta digna por terra, teto e trabalho, direitos assegurados na Carta Magna.
Portanto, sabendo que nossa luta é justa e que, nesta CPI, não somos nós os criminosos, dela participaremos para apresentar a Reforma Agrária que o Brasil precisa. Nesta comissão, contaremos com a solidariedade não somente de valorosas e valorosos parlamentares, mas também com o apoio de toda a sociedade. Juntos, iremos superar mais uma tentativa de criminalizar nossa luta. A CPI passará, a luta do MST seguirá! Venceremos!
Direção Nacional do MST
Brasília, 18 de maio de 2023
Ricardo Antunes adverte sobre os efeitos nefastos da aprovação do PL dos Aplicativos para a classe trabalhadora em entrevista ao Instituto Humanitas Unisinos.
Instituto Humanitas Unisinos entrevista Ricardo Antunes
No Brasil de 2023,...
Ministério da Gestão propõe aumentar benefícios e negociar aumentos com cada categoria separadamente
Vinicius Konchinski
Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
Técnicos, docentes e estudantes do campus São Paulo do IFSP se reúnem no primeiro dia...
Mais de 50 entidades, incluindo centrais, sindicatos, partidos de esquerda e movimentos sociais e estudantis, uniram-se nesta terça-feira (21) e criaram o Comitê Palestina Livre.
O encontro histórico ocorreu no auditório do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e contou com a presença da Frente...
Denúncias graves apontam assédio e direcionamento político no tradicional jornal paulista. Agora, ele será alvo de investigação
Por Redação RBA
REPRODUÇÃO
Este procedimento, que precede um inquérito civil, tem potencial para desencadear ações legais. Entre...
Servidores e servidoras do Justiça Federal, da Justiça Eleitoral e da Justiça do Trabalho realizaram na sexta-feira (17) uma manifestação mesmo sob chuva, em frente ao Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4), em Porto Alegre.
Com apitos e cartazes, os trabalhadores e as...
Estima-se que até 1 milhão de escravizados foram desembarcados naquele local. Sítio arqueológico foi descoberto em 2011
Por Redação RBA
Tomaz Silva/Agência Brasil
0
1
São Paulo – Construído em 1811, o Cais...
Expediente em datas festivas para certas categorias só será liberado após acordo entre trabalhadores e patrões
Vinicius Konchinski
Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
Funcionamento de supermercados em feriados vai depender de acordo entre patrão e trabalhador -...
Clima ameaçador e imprevisível: enquanto parte do Brasil encara um calor inédito, a região Sul do país volta a se preocupar com as chuvas
Por Brasil de Fato
Publicado 15/11/2023 - 12h51
Tânia Rêgo/Agência Brasil
Ondas de calor cada vez mais intenso...
Ao 'BdF Entrevista', economista alerta para necessidade de buscar caminhos para renovação do Congresso no futuro
Redação
Eduardo Moreira (à direita na imagem) foi entrevistado pelo jornalista José Eduardo Bernardes - Reprodução
Tem condições do Brasil...
Grupo já havia entregado o "Machado de Prata" a Germano Bremm, titular da SMAMUS
sul21@sul21.com.br
Em protesto contra a concessão de parques e praças públicas, integrantes de entidades ambientalistas entregaram, nesta terça-feira (7), o troféu “Motosserra de...
MST e Consórcio Nordeste avançam em acordo com instituições chinesas que terá como marco inicial o envio de 30 máquinas
Mauro Ramos
Pequim|China |
Um trator Huili, uma das máquinas com destino ao Brasil. - Juliet Xiao
Entre novembro e dezembro, uma leva...
Um grupo de trabalho permanente, vinculado à Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, irá acompanhar a aplicação no Rio Grande do Sul da lei que criou o piso nacional da enfermagem.
A decisão foi tomada ao final da audiência pública, realizada na manhã de...