Estados Unidos, século 19. Era época da expansão da revolução industrial, que começou a formar grandes centros urbanos com concentração de trabalhadores. Uma nova configuração das relações de trabalho surgia e exacerbava a característica histórica da relação entre poder econômico e proletariado - a exploração da mão de obra – levando a classe trabalhadora a se unir para protestar e exigir direitos, como os brasileiros e brasileiras farão mais uma vez este ano em todo o país. (Veja abaixo lista dos atos marcados).
Os patrões (a burguesia) obrigavam os operários a trabalhar em jornadas excessivas nas fábricas, em más condições, com baixa renda. O diálogo era difícil. Os trabalhadores perceberam que era preciso se organizar para exigir direitos e foi desta constatação que surgiram os sindicatos.
No dia 1° de Maio de 1886, liderados por essas entidades, os operários deram início a uma onda de manifestações exigindo direitos, que pararam os parques industriais. Era a greve geral convocada pela Federação dos Grêmios e Uniões organizadas dos Estados Unidos e do Canadá que parou mais de cinco mil fábricas com cerca de 340 mil operários nas ruas.
Houve conflito e repressão. Três dias depois, 38 operários estavam mortos, 115 ficaram feridos e foi decretado Estado de Sítio em Chicago. Sindicatos foram fechados. Mais de 300 líderes grevistas foram presos.
A data se tornou, então, um marco na luta por direitos da classe trabalhadora e uma expressão nítida da eterna luta de classes na história da humanidade, dando origem ao Dia Internacional do Trabalhador.
Em mais de 80 países a data é celebrada como forma de reafirmar a luta por direitos. No Estados Unidos, no entanto, a celebração é feita na primeira segunda-feira de setembro.
No Brasil, a celebração do 1° de Maio começou a partir da década de 1890. Os movimentos de trabalhadores operários originados pela revolução industrial surgiram, por aqui, nas primeiras décadas do século 20, quando surgiram também os primeiros sindicatos.
A primeira grande greve no país aconteceu em julho de 1917 – uma das maiores da história até hoje. O Brasil enfrentava carestia, os salários não acompanhavam a alta do custo de vida. A força dessa mobilização fez com que, anos mais tarde, o então presidente Arthur Bernardes, decretasse, oficialmente, o 1° de Maio como Dia Internacional do Trabalhador – do trabalhador e não do trabalho como dizem órgãos de imprensa comandados pela burguesia.
Usada nos primeiros anos como uma forma de autopromoção do governo, com celebrações feitas para os trabalhadores, mas com intervenções políticas que exaltavam não a classe, mas o governo, a data, ao longo dos anos, foi sendo incorporada pelo movimento sindical como um dia de luta por direitos.
Desde os anos 1980, com o surgimento da CUT, esse caráter tem se reforçado. Tradicionalmente, no 1° de Maio, a CUT, junto outras as centrais que vieram posteriormente, e com movimentos sociais, tem promovido atos que reúnem intervenções artísticas, políticas e de lideranças dos trabalhadores para proporcionar ao trabalhador conteúdo para reflexões sobre a sua importância na sociedade e, consequentemente, sobre seus direitos.
O Dia Internacional do Trabalhador é uma data para que cada brasileiro que, com sua força de trabalho, faz o Brasil acontecer, tenha consciência de que sem ele, o país não cresce e não se desenvolve, portanto, a ele é justo que se dê condições dignas de vida e que se promovam políticas de igualdade tanto social, quanto econômica, ressaltam os dirigentes da CUT em todas as suas intervenções e entrevistas sobre o tema.
2022
Em um tempo em que o trabalhador brasileiro vem sendo assolado por uma sistemática onda de retirada de direitos que foram conquistados ao longo de mais de 70 anos de luta, desde a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), celebrar o 1° de Maio tem um significado especial. A luta é por direitos, em defesa da vida e, mais uma vez, por democracia.
O país enfrenta uma das piores crises de todos os tempos. Os efeitos no campo econômico são sentidos de maneira mais acentuada pelos mais pobres que sofrem com o desemprego, a falta de renda e o aumento abusivo de preços de alimentos e combustíveis, entre outros itens básicos.
Por outro lado, a falta de políticas sociais que protejam os brasileiros mais vulneráveis também tem contribuído para o empobrecimento da população. Exemplo são os cortes orçamentários feitos pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) em programas de habitação, saneamento e, em especial, no Bolsa Família, que recentemente foi reformulado, deixando cerca de 14 milhões de famílias fora do programa.
No que diz respeito à democracia, o governo Bolsonaro também é sinônimo de retrocesso. Ele faz constantes ataques – e estimula seus aliados a fazer o mesmo - ao bem mais precioso conquistado pelos brasileiros após o fim da ditadura com o intuito de se perpetuar no poder e servir à elite econômica brasileira, enquanto os trabalhadores amargam a falta de proteção social.
Pós-pandemia
No primeiro ano da pandemia, com a impossibilidade de ir às ruas no 1° de Maio, a CUT e demais centrais sindicais mergulharam nas inovações tecnológicas para manter a mobilização dos trabalhadores.
Estávamos, praticamente, no segundo mês de pandemia, com a classe trabalhadora sentindo ainda mais os efeitos da crise econômica, social e institucional. Antecipando-se ao que estava por vir – um tempo de sérias dificuldades financeiras para milhões de trabalhadores que ficariam sem emprego e sem renda – a CUT e centrais fizeram uma celebração on-line, com mais de seis horas de duração, transmitida pelas redes sociais, com participação de artistas nacionais e internacionais, lideranças políticas e do próprio movimento sindical.
O evento, intitulado “1° de Maio Solidário – em defesa democracia” teve como bandeiras a solidariedade, a defesa da saúde e a luta por emprego e renda. A defesa da democracia, de um Estado forte, do fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), do direito à segurança, à vida e condições dignas de trabalho e o ‘Fora, Bolsonaro’ fizeram parte da programação.
Neste ano, 2022, após um longo período de isolamento e distanciamento social, a classe trabalhadora vai poder voltar às ruas para mostrar sua capacidade de mobilização e a CUT e as centrais estão unidas e organizadas para dialogar com os trabalhadores e reforçar a urgência em derrotar um sistema que vem penalizando a maior parte da população brasileira.
Conforme já afirmou o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, este 1° de Maio precisa ser um marco pelo ‘fora, Bolsonaro’, já que o atual presidente é a representação do que de pior o Brasil pode enfrentar – além da retirada de direitos, o fascismo, o racismo, o machismo, a homofobia, a misoginia e o ataque à nossa principal instituição – a democracia.
Atos neste dia, estão marcados em todo o país. Veja aqui a relação.
Em São Paulo, o ato unificado da CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, Intersindical Central da Classe Trabalhadora e Pública Central do Servidor realizarão, será realizado na Praça Charles Muller, a partir das 10h. O local escolhido não foi por acaso. O Pacaembu foi palco do primeiro comício pela retomada da democracia durante a ditadura militar, em 1983 e que é marco da campanha “Diretas Já!”, que ajudou a por fim em um dos períodos mais sombrios da nossa história.
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