Grande Mobilização nas ruas de Porto Alegre pelo impeachment de Bolsonaro

05/07/2021 18:02
 

 

Mais de 70 mil pessoas foram às ruas de Porto Alegre, na tarde ensolarada deste sábado (3), ampliando a mobilização pelo fim do governo Bolsonaro. Os manifestantes cobraram vacina no braço e comida no prato, fortalecendo a luta por vacina já, emprego, auxílio emergencial de R$ 600 e impeachment já. Também protestaram contra a reforma administrativa e as privatizações.

Aos gritos de “fora Bolsonaro genocida”, “ai, ai, ai, empurra que ele cai”, os participantes se concentraram no Largo Glênio Peres e depois tomaram as avenidas Júlio de Castilhos, Mauá e Loureiro da Silva até o Largo Zumbi dos Palmares, onde a caminhada foi encerrada.


Manifestantes ocuparam toda a Avenida Mauá. Foto: Instagram/Manuela d'Ávila.

Foi o terceiro dia nacional de atos pelo Fora Bolsonaro e foi chamado de 3J. Como aconteceu nos atos de 29 de maio (29M) e 19 de junho (19J), os atos foram realizados pela manhã e à tarde no Rio Grande do Sul.

Segundo levantamento da Frente Brasil Popular, pelo menos 27 cidades gaúchas registraram atos durante o dia, com maior adesão de trabalhadores, trabalhadoras, jovens, artistas e aposentados. Aconteceram também protestos em todo o Brasil e no exterior.


Concentração lotou o Largo Glênio Peres na Capital. Foto: Carolina Lima / CUT-RS

As manifestações foram organizadas pela CUT-RS, centrais sindicais, movimentos sociais e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Todos usaram máscaras de proteção e procuraram respeitar o distanciamento,

Os protestos foram impulsionados pelas recentes revelações na CPI da Covid de casos de corrupção na compra de vacinas pelo Ministério da Saúde e pelo sucesso das manifestações anteriores.


Juventude foi mais uma vez maioria na manifestação. Foto: Carolina Lima / CUT-RS

As manifestações foram transmitidas pelo Facebook e comentadas ao vivo nas páginas da CUT-RS, Brasil de Fato, Rede Soberania, Jornal O Coletivo, RádioCom de Pelotas, Pão com Ovo e Rede Estação Democracia, além de diversas rádios comunitárias, sindicatos e outras parcerias.

Para o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, o crescimento da mobilização comprova que, para a população, o governo é mais perigoso que o vírus. “Como dizia Paulo Freire, é marchando que a gente vai se achando. E será marchando que iremos rumo a um Brasil melhor, um Brasil de direitos. Hoje, continuamos a luta pelo impeachment do presidente, o Fora Bolsonaro, e em defesa da vacina para todos, por emprego e renda”, desta o dirigente sindical.

 

“Outro ponto que devemos destacar é a nossa crítica à política de privatização dos governos, como energia elétrica e água. São políticas que se somam à pandemia contra os interesses dos trabalhadores e da população brasileira. Somos totalmente contra o desmonte do estado pretendido com a proposta de reforma administrativa”, frisou Amarildo.

Segundo o presidente da CUT-RS, “nós temos a expectativa sim de que ocorra o impeachment, o que exigirá de nós muita perspicácia, inteligência e sabedoria. Precisamos trabalhar bem os simbolismos e buscar cada vez mais todas aquelas pessoas e segmentos da sociedade que querem o fim deste governo. Podemos ver que as cores do protesto ainda são majoritariamente de esquerda, mas o verde e amarelo tem sido reconquistado aos poucos pelas forças progressistas e aparecido cada vez mais. É sinal de que cada vez mais pessoas independentes de partidos e sindicatos vêm engrossando as nossas marchas”.

 

A secretária-geral da CUT-RS, Vitalina Gonçalves, destacou a importância dos atos para o fortalecimento do "superpedido de impeachment" protocolado na última quarta-feira (30).“Estamos indo para a rua, pois precisamos trazer para o centro da pauta a derrubada do governo Bolsonaro, um governo genocida e corrupto”, afirmou.


 

Ela lembrou que as denúncias de corrupção na compra de vacinas levaram à antecipação dos atos que estavam previstos inicialmente para o dia 24 de julho. O desafio,sendo Vitalina, é fazer o diálogo com a população, que se encontra oprimida na busca pela sobrevivência, tendo em vista os sucessivos aumentos do custo de alimentos, gás, combustíveis e energia.

O presidente da Associação de Vítimas e Familiares de Vítimas da Covid-19 (Avico), Gustavo Bernardes, destacou que a entidade mobilizou familiares de vítimas para protestar. “Estamos aqui para pedir o fim deste governo genocida, que tem matado milhares de brasileiros com o seu negacionismo e com a falta de políticas públicas para acolher as vítimas da pandemia. Os familiares estão hoje abandonados pelo governo. Nós temos milhares de órfãos”.


Encenação da Associação de Vítimas e Familiares da Covid-19 (Avico) / Divulgação

“As pessoas estão enlutadas, paralisadas, diante de tanta morte. O governo Bolsonaro vai na direção contrária, que é a política do estado mínimo, que degrada ainda mais o serviço público, de saúde e assistência social, tão importantes para o enfrentamento da pandemia. Nós, da sociedade civil organizada, queremos espaço e voz para fazer o enfrentamento à pandemia. Mas para isso, também é preciso enfrentar este governo genocida”, protestou.


Geração 68 Sempre na Luta se fez presente outra vez. / Foto: Jorge Leão

Fonte: cutrs.org.br/mais-de-70-mil-tomam-as-ruas-de-porto-alegre-pelo-impeachment-de-bolsonaro/