CUT-RS reforça mobilização de 18 de março e jornada de luta das mulheres

04/03/2020 07:44

A direção da CUT-RS promoveu, na manhã desta terça-feira (3), uma reunião ampliada com a participação de dirigentes de federações e sindicatos estaduais, no auditório do Sindipolo-RS, em Porto Alegre. O objetivo foi reforçar a jornada unitária de luta das mulheres, entre 8 e 14 de março, e organizar a mobilização das centrais sindicais e movimentos sociais no 18 de março, Dia Nacional de Lutas, Protestos e Paralisações em Defesa da Educação, dos Serviços Públicos, dos Empregos, dos Direitos e da Democracia.

Após debates, foi aprovada a realização de uma plenária de mobilização da CUT-RS na próxima terça-feira (10) para intensificar as manifestações do dia 18 de março. Em Porto Alegre, haverá um ato das centrais e movimentos sociais, às 18h, na Esquina Democrática, seguido de caminhada pelas ruas do centro da cidade.

As Regionais da CUT-RS projetam manifestações em várias cidades do interior gaúcho, como São Leopoldo, Caxias do Sul, Pelotas, Santa Maria, Passo Fundo, Erechim e Venâncio Aires, dentre outras. 

Combater os desmandos de Bolsonaro

“O governo Bolsonaro quer passar uma reforma administrativa que acaba com os direitos dos servidores e destrói o serviço público. Como se isso não bastasse, quer aprovar a todo custo a MP 905, da carteira verde e amarela, que reduz direitos para jovens, libera o trabalho sem hora extra aos domingos, taxa os desempregados e beneficia os empresários com redução de impostos e FGTS. O povo quer emprego decente, com direitos e dignidade”, afirmou o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci.

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Ele destacou também a importância da mobilização em defesa da democracia. “Não podemos permitir o golpe dentro do golpe que Bolsonoro está tramando. Não são à toa os ataques ao Congresso e ao STF, a militarização do governo, o desmonte das políticas públicas e a retirada de direitos da classe trabalhadora”, explica Amarildo. “Só é possível conquistar avanços na democracia”, salientou Amarildo.

“Queremos estimular reuniões nos locais de trabalho, nas escolas, universidades e nas portas de fábrica, com o intuito de dialogar com os trabalhadores e as trabalhadoras, visando ampliar a participação no 18 de março. Vamos responder nas ruas ao Bolsonaro e ao ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes. Os verdadeiros parasitas são eles”, disse a secretária-geral da CUT-RS, Vitalina Gonçalves.

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Pimenta alerta para velocidade de tramitação da MP 905

No início da reunião, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) alertou pela internet sobre a velocidade de tramitação da MP 905 e cujo parecer do relator, deputado Christino Áureo (PP-RJ), poderá ser votado nesta quarta-feira (4) na Comissão Mista do Congresso Nacional.

“A MP 905 permite que os trabalhadores sejam contratados com menos custos trabalhistas para o empresariado. O está por trás disso é o fim do registro profissional de dezenas de categorias e o aumento da jornada de trabalho dos bancários, que com a aprovação do texto passam a trabalhar oito horas nos dias de semana e também aos sábados, dentre outros retrocessos”, disse o parlamentar, que garantiu enfrentamento da proposta na Câmara.  

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A validade da MP 905 foi prorrogada por mais 60 dias nesta terça pelo presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Pela vida das mulheres

A secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-RS, Ana Cruz, ressaltou a importância da participação das entidades sindicais na jornada de luta alusiva ao Dia Internacional da Mulher. Em Porto Alegre, haverá panfletagem no domingo, 8 de março, das 10h às 13h, junto aos blocos de carnaval, na Orla do Guaíba.

Clique aqui para acessar o panfleto

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Na segunda-feira (9), às 17h, acontecerá a concentração no Largo Glênio Peres para a Marcha das Mulheres, que irá tomar as ruas do centro da Capital, “pela vida das mulheres e contra a destruição das políticas públicas”.  

“Vamos chamar as mulheres e os homens que queiram se unir a nós para defender o direito à vida das mulheres. O Rio Grande do Sul é o estado gaúcho com o maior número de feminicídios em todo o país. Aqui, três mulheres morrem por dia”, denunciou.

Segundo Ana, “temos de reverter esse quadro e dar um basta não apenas à violência física e psicológica, mas com a estrutural, aquela cometida pelo Estado contra a gente. Temos de denunciar o abandono de políticas públicas de atenção à saúde e mostrar que, com o desmonte do SUS e o congelamento dos investimentos públicos, é a mulher da periferia quem mais será prejudicada”.

oito de março

Quem mandou matar Marielle?

Haverá ainda mobilização no dia 14 de março, quando fará dois anos do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol) e do seu motorista Anderson Gomes. Dois suspeitos ligados a milícias do Rio de Janeiro foram presos, mas os mandantes não foram apontados até hoje e permanecem impunes.

Ato de 18 de março

 

Fonte: CUT-RS