CUT-RS e sindicatos de municipários lançam jornal Basta em defesa do serviço público

14/08/2018 08:18

Rio Grande e jornal

A CUT-RS e cinco sindicatos de municipários lançaram na última sexta-feira (10), o jornal Basta, em defesa do serviço público e da valorização dos servidores municipais. A publicação mensal  tem por objetivo unificar e fortalecer lutas e reivindicações dos funcionários de cidades da Região Metropolitana de Porto Alegre e do interior gaúcho.

O lançamento ocorreu no Dia do Basta, promovido pelas centrais sindicais, que teve paralisações parciais e manifestações de trabalhadores em todo o país. Houve mutirões para distribuição do jornal em bairros, escolas, postos de saúde e estações de ônibus e do Trensurb.

Esteio e jornal

Combate ao desmonte do estado

Com tiragem inicial de 11 mil exemplares, o periódico foi elaborado em conjunto por dirigentes da CUT-RS, do  Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), do Sindicado dos Trabalhadores da Educação de Rio Grande (Sinterg), do Sindicato dos Servidores do Município de Esteio (Sisme), do Sindicato dos Servidores Municipais de Caxias do Sul (Sindserv) e do Sindicato dos Professores Municipais de Gravataí (SPMG).

O jornal possui circulação gratuita e é um poderoso instrumento no combate ao desmonte do estado e da máquina pública municipal. “Nós integramos a categoria onde a precarização salarial está funcionando de fato e, muitas vezes, os servidores de um município não percebem que o seu colega de outra cidade passa pelas mesmas situações que ele. Por isso, criamos esse jornal, onde queremos mostrar à população que os ataques à saúde e à educação  fazem parte de um projeto, que visa entregar os serviços públicos para as mãos da iniciativa privada, excluindo os mais  pobres neste processo”, explica a professora Vitalina Gonçalves, secretária de Finanças da CUT-RS e presidente do SPMG.

Vita e jornal

Denúncia do congelamento dos investimentos públicos

A primeira edição do jornal  aborda, entre outros temas, o impacto que a aprovação da Emenda Constitucional 95 já está trazendo para os pequenos e médios municípios do país.  A medida, aprovada no Congresso Nacional e sancionada pelo presidente golpista Michel Temer (MDB) em dezembro de 2016, congela por um período de 20 anos o orçamento para investimentos públicos. Desta forma, áreas como saúde e educação e programas sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida, recebem apenas a correção inflacionária anual.

“A EC95 ainda não surtiu os seus efeitos, o que deve acontecer no começo de 2019. Mas o corte no orçamento da União já está sendo sentido em todos as cidades, pois elas dependem diretamente dos repasses do Governo Federal. Então, o que estamos vendo é terceirização a galope, é falta maciça de investimentos,  é o parcelamento de salários”, explica Silvana Piroli, presidente do Sindserv, dando a dimensão da realidade enfrentada por professores, servidores e trabalhadores da saúde dos municípios.

Silvana e jornal

Terceirização da saúde ameaça mulheres de Pelotas

O jornal destaca também os efeitos nefastos que a terceirização da saúde provocou em Pelotas. O Ministério Público investiga possível negligência na realização de exames Papanicolau entre o período de janeiro de 2014 e junho de 2017, durante as gestões do ex-prefeito Eduardo Leite e da atual prefeita Paula Mascarenhas, ambos do PSDB. Na época, apenas 1% dos exames preventivos de pré-câncer de colo de útero feitos na rede pública eram analisados.

A existência de um processo de amostragem revela “a face mais cruel das terceirizações”, conforme o jornal. “Inúmeras experiências demonstram que o serviço terceirizado é mais caro e de pior qualidade que os realizados por servidores públicos concursados. Quem paga o preço é o bolso e a saúde da população.”

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Grazi

 

Fonte: CUT-RS