Comitê Gaúcho em Solidariedade ao Povo Venezuelano organiza ato em Porto Alegre

30/01/2019 08:47

Maduro

O Comitê Gaúcho em Solidariedade ao Povo Venezuelano realiza, na próxima terça-feira (5), às 18h, um “ato pela paz, contra a guerra e pela autodeterminação do povo da Venezuela”, na Sala Adão Pretto, no andar térreo da Assembleia Legislativa, no centro de Porto Alegre. No evento será aprovado um manifesto em repúdio aos ataques dos Estados Unidos, que querem derrubar o governo do presidente reeleito Nicolás Maduro. 

A manifestação foi definida em reunião ocorrida na tarde desta segunda-feira (28), na sede da CUT-RS, que contou com a presença de dirigentes da CUT, CTB, Intersindical, PT, PCdoB, PSOL, PCB, MST, MPA, Levante Popular da Juventude, Via Campesina e União da Juventude Comunista.

Golpe tem apoio de Trump

Mesmo com o voto facultativo na Venezuela, Maduro foi reeleito com 8,6 milhões de votos (67% dos válidos), em maio de 2018. Agora, quando foi empossado para o novo mandato, ele sofreu ameaça de golpe de estado, com o apoio do presidente norte-americano Donald Trump e do capital financeiro internacional.

“Nenhum país tem o direito de interferir na organização social, política e econômica de outra nação, como os EUA vem fazendo na Venezuela”, afirma o secretário de Meio Ambiente da CUT-RS, Paulo de Farias.

Farias

Maduro governa o país vizinho desde 2013, quando assumiu a presidência no lugar de Hugo Chávez, falecido após uma árdua batalha contra o câncer. De lá para cá, o terceiro maior produtor de petróleo do mundo começou a sofrer sanções  econômicas dos EUA que levaram a economia venezuelana ao caos. 

Boicote econômico e inflação dispara

Diante do boicote internacional aos seus produtos, a inflação na Venezuela atingiu o patamar histórico de 1.000.000%, no final do ano passado. Após a reeleição de Maduro, a oposição de direita, que num primeiro momento havia  feito um acordo com a base de sustentação do governo, decidiu sabotá-lo. 

Em uma ação orquestrada por Trump e seus aliados, no último dia 23,  o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, declarou-se presidente interino da Venezuela, rasgando a Constituição do país, com o apoio de países como EUA, Brasil e Argentina, dentre outros. Maduro, no entanto, tem respaldo de vários países, como México, Bolívia, Rússia e China.

“Não é correto, por exemplo, que o Brasil indique o presidente dos norte-americanos. Lá, eles tiveram eleições livres e escolheram o Trump. Na Venezuela, ocorreram 11 processos eleitorais desde 1998 e agora a direita chama Maduro de ditador. Isso é um absurdo! Ditadura foi o que tivemos aqui durante 21 anos, entre 1964 e 1985”, salienta o dirigente da CUT-RS.

Para Farias, “é inadmissível que o líder de um dos poderes de um país se proclame presidente sem se submeter à vontade do povo. Isso é um golpe”.

Golpe inspirado no Brasil

Para o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, a tentativa de golpe para afastar Maduro segue o mesmo roteiro do processo ocorrido no Brasil, em 2016, com a derrubada da presidenta reeleita Dilma Rousseff. “É um assalto ao petróleo que está por trás do golpe na Venezuela. Os norte-americanos querem resolver as futuras crises enérgicas, metendo a mão nas riquezas naturais do país vizinho”, alerta.

Claudir Metalúrgico

“Não achamos que seja uma maravilha a vida na Venezuela,  mas eles que resolvam os seus problemas. O governo deles foi eleito democraticamente e cabe a nós respeitarmos a vontade popular. Sempre que os EUA e a Globo estiverem de um lado, nós estaremos do outro”, finaliza Nespolo ao parafrasear a célebre frase do ex-governador Leonel Brizola.

Fonte: www.cutrs.org.br