CUT Pode Mais
Os funcionários do Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (Imesf) aprovaram por unanimidade, em assembléia realizada nesta terça-feira (24), no salão da igreja da Pompeia, em Porto Alegre, que eles irão entrar em greve a partir da próxima terça (31).
Os trabalhadores da saúde exigem reposição salarial referente aos últimos dois anos e a manutenção de 10% do incentivo sobre o salário-base. O Imesf possui 1,7 mil servidores.
Segundo o presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul (Sergs), Estêvão Finger, será respeitado o prazo legal de 72 horas, a partir da publicação do edital, para iniciar a greve. “Vamos fazer todos os trâmites legais. Infelizmente tivemos que chegar nessa situação porque falta diálogo e habilidade política por parte do governo Marchezan (PSDB) em negociar e valorizar os trabalhadores”, afirmou.
Marchezan não dialoga com servidores
À tarde, representantes dos trabalhadores do Imesf se reuniram com integrantes da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), em audiência no Tribunal Regional do Trabalho. O encontro foi a última tentativa para evitar a greve, mas não foi possível construir um acordo.
“É sabido que a manutenção desses 10% de incentivo, de gratificação, não impactariam financeiramente para o município. Isso eles deixaram claro na mesa. Então entendemos que é uma opção política do governo”, disse Finger criticando a política de retirada de direitos dos servidores por parte do prefeito tucano.
Conforme Finger, a supressão de 10% do salário-base, no caso do enfermeiro, por exemplo, corresponde a R$ 600. “Ainda apostamos no diálogo. A greve é sempre o último caminho”, acrescentou. Os profissionais do Imesf são formados por enfermeiros, técnicos de enfermagem, médicos, dentistas, agentes comunitários de saúde e agentes de endemia.
Além da deflagração da greve, foi aprovado um calendário de mobilização, que prevê no dia 31 uma concentração na SMS seguida de caminhada até a Câmara de Vereadores ou Paço Municipal. No dia 1º de agosto, às 15h, haverá assembléia na Câmara para avaliar os primeiros dias da paralisação.
Juntos na luta
“Estamos juntos na luta dos trabalhadores do Imesf, que resistem bravamente aos ataques do prefeito tucano. Temos que impedir o congelamento de salários, a retirada de direitos e a precarização dos serviços públicos. Marchezan deveria trabalhar para fazer a economia do município crescer e tapar os buracos nas ruas da cidade, ao invés de perseguir e arrochar os servidores”, destacou o presidente em exercício da CUT-RS, Marizar Melo.
O dirigente da CUT-RS aproveitou para chamar os trabalhadores a participarem também do “Dia do Basta”, que as centrais sindicais realizam no próximo dia 10 de agosto, com paralisações e manifestações. “Basta de desemprego, de aumento do preço do gás de cozinha e dos combustíveis, de retirada de direitos da classe trabalhadora, de privatizações e de perseguição ao ex-presidente Lula”, ressaltou Marizar.
A assembléia contou com a presença de dirigentes do Sindicato dos Enfermeiros do RS, Sindisaúde-RS, Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde do RS, Sindicatos dos Odontologistas do RS, CUT-RS e CSP-Conlutas.
Fonte: CUT-RS com Sergs e Correio do Povo
CUT Pode Mais
